Ao longo de nossos doze anos de existência, a Gnarus Revista de História tem se consolidado como um espaço fértil e indispensável para a difusão do conhecimento e o debate acadêmico nas ciências humanas. São mais de uma década de dedicação à construção de uma publicação que valoriza a profundidade e o rigor da pesquisa histórica, abrindo espaço para temas relevantes e necessários, sempre com um olhar atento à qualidade e à relevância das contribuições que nos chegam de diversos cantos do Brasil.

Manter essa trajetória de sucesso, porém, exige um esforço constante para superar os desafios que se impõem ao campo das ciências humanas. Diferente de outras áreas, a pesquisa histórica e nas ciências humanas como um todo enfrenta dificuldades que vão além da análise dos documentos e do trabalho interpretativo. Ainda enfrentamos, em pleno século XXI, a questão da desvalorização das humanidades, muitas vezes vistas como menos "pragmáticas" ou "úteis" do que as ciências exatas. Ao mesmo tempo, os pesquisadores da área enfrentam obstáculos na obtenção de financiamento, na divulgação de suas produções e, em alguns casos, na própria inserção profissional. Para uma revista como a Gnarus, cujo compromisso é a disseminação de conhecimento acessível e rigoroso, esses desafios nos inspiram a inovar e a persistir.

Neste décimo quinto número, apresentamos uma seleção de artigos que refletem a diversidade e a riqueza dos estudos atuais em ciências humanas, mostrando como a pesquisa histórica pode dialogar com temas urgentes e essenciais da sociedade contemporânea. Temos o prazer de apresentar estudos sobre a escravidão, uma ferida aberta da história que continua a influenciar o presente, e que é explorada por pesquisadores comprometidos com o entendimento de suas implicações sociais e culturais. A filosofia também tem espaço neste número, com artigos que discutem as raízes do pensamento e da ética, elementos indispensáveis para uma compreensão mais ampla do ser humano.

O campo do ensino de história, um tema que nos é especialmente caro, recebe atenção cuidadosa, com contribuições que refletem sobre a didática e as práticas de ensino, cada vez mais desafiadas pela dinâmica de uma sociedade digital e pelo impacto do período recente da pandemia de COVID-19. Este último, por sinal, é outro tema presente neste número: como o evento pandêmico moldou a sociedade e a educação? Como o luto coletivo e as medidas de saúde influenciaram o entendimento do papel do Estado e do indivíduo? São perguntas complexas que permeiam os artigos deste volume e que convidam o leitor a refletir sobre o impacto da história recente.

Os temas de ecologia e política também estão em destaque, lembrando-nos de que o debate sobre o meio ambiente e sobre políticas públicas voltadas à sustentabilidade é parte crucial da agenda contemporânea. A crise ambiental e as discussões sobre direitos humanos mostram que a história e as ciências humanas têm o dever de dialogar com questões que impactam diretamente a vida em sociedade. O compromisso com o respeito aos direitos e à dignidade de todos os indivíduos também ressoa em um artigo que nos conduz à alegria e à tradição, retratando a presença das baianas no carnaval, um símbolo de resistência e identidade cultural que transcende fronteiras.

Convidamos nossos leitores a se aprofundarem nessas temáticas, a refletirem sobre cada artigo e a dialogarem conosco, pois acreditamos que o conhecimento deve ser uma ponte de conexão entre pesquisadores, estudantes, professores e o público em geral. A Gnarus Revista de História não é apenas um veículo de publicação; é uma comunidade de saberes, inquietações e descobertas. E a cada edição, reafirmamos nosso compromisso com a qualidade, a ética e a contribuição social da pesquisa em história e nas ciências humanas.

Desejamos a todos uma ótima leitura e deixamos o convite para continuarem conosco no próximo e próximos números, que, sem dúvida, trarão novos e instigantes olhares sobre a história e o mundo que nos cerca.

Até breve!

Boa leitura!